Divorciadas, sim! E depois?

Alguma coisa contra mulheres com filhos, sozinhas no mundo e cheias de coragem?!

sexta-feira, abril 28, 2006

E perguntam vocês...

... quem te manda achar tantas coisas? Quem te manda sonhar? Quem te manda acreditar?
De facto... quem me manda a mim??

A ingenuidade, no meu caso, é uma profunda estupidez.

Vou à terra!

A noção de ir à terra é fantástica!

(Como se a nossa terra fosse apenas o local onde nascemos e vivemos os primeiros anos de vida. Como se houvesse uma terra que é nossa e outra que não. Como se a terra que nos recebe nunca tivesse a felicidade de algum dia ser apelidada como "nossa").

Vai-se à terra de fim de semana (quando se pode);
vai-se à terra passar as épocas festivas, como o natal e a páscoa;
vai-se à terra recarregar baterias com família e amigos...

Aproveito sempre pra passar nas principais artérias da cidade.
Matar saudades...!!! do cheiro, dos sons, das cores.
Amo ir lá! Amo ir à terra!

(Se bem que muito tempo fora do meu espaço (leia-se a minha casa), provoca-me stress e cansaço. Fico com a sensação de falta, de vazio.)

Este fim de semana vou à terra!
Ena!

quinta-feira, abril 27, 2006

Sim, Mãe...não, Mãe...

...pois é. Há para aí um filme qualquer acerca de uma teenager que, num belo dia, acorda e tem 30 anos.
Neste caso, eu acordei, estava separada e, por incrível que pareça, tinha recuado 20 anos!
É assim. Sem tirar nem por. E nem o facto de ter dois filhos ajuda ...

Mesmo se não tivesse filhos, voltar para casa dos pais era a última das soluções. Não porque não goste dos pais, aliás, é exactamente porque os amo, que não quero viver com eles. É impossível voltar à casa materna. Porque adquirimos os nossos hábitos, porque estamos habituadas a sermos nós a por, a dispor, a indispor, a descompor; ter de voltar ao quartinho de solteira, que está, nesta fase, já reservado a netos e visitas, é do caraças.

Mas as mães - a minha, pelo menos - é insistente, e não se deixa convencer à primeira "mas porque é que vais arranjar uma casa se ficávamos tão bem aqui todos" (5 alminhas num T3, topam, hum...? ) - de pouco vale estar a explicar-lhe que a coisa funciona mais ou menos como o ditado "cada macaco no seu galho", porque, para ela, falta o macaco (o ex) ... só existe a macaca (eu) e os macaquinhos (os dois netos)..."não mãe, ok, fico aqui temporariamente até arranjar uma casa em condições, mas temporariamente, certo?"...
Felizmente que o temporariamente foram dois meses, porque aqui a vossa amiga, que já vai nos "intas" passou a receber telefonemas no emprego deste teor "...então, ainda aí?? mas quando é que vens para jantar??"... ou "mas afinal a que horas sais tu das aulas?"... ou melhor ainda: "como é que se chama essa amiga com quem estás aí a beber café?" ...aqui, fiquei à espera que me pedisse o apelido da "miúda" e o telefone dos pais dela..."jasus", que é difícil fazer-lhe ver que já não tenho 16 anos...experimenta por-lhe mais 20 em cima, tá, mãezinha do meu coração?

Ah, e os almoços de família? Essa experiência surrealista... explicar trezentas e sete vezes que não nos apetece ir ao lanche na casa da Tia M. porque...não! Parece fácil, mas não é, porque temos que explicar isto para aí umas dez vezes (nos dias bons, quer dizer...) ...e quando já não existem argumentos racionais no repertório, já só nos resta...amuar, como fazíamos aos 16! Não é congruente, mas que se lixe! Funciona!

Já na casa nova, a briga é para ter a chave... caras leitoras e leitores, a "let me give you a word of advise" - NÃO se dá a chave! ...porque senão, um belo dia, entram em casa e têm cortinados, móveis, e sei lá mais o quê, tudo menos da forma como vocês querem... e privacidade, privacidade passa a ser um conceito indeterminado...entendem?... e dão por vocês a esconder a caixinha dos preservativos na vossa própria casa!...

Eu escrevo mais noutro dia, porque já estou atrasada para o jantar...e às quintas é dia de jantar na casa da Mãe...
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Ó Mãe, tu sabes que eu te ADORO, mas tu desculpa-lá este desabafo! Tinha que ser!
Um Beijo para ti, minha Mandona do Coração!

Maria Madalena

Durante o tempo que fui casada vivi num ambiente, aparentemente, de grande profundidade religiosa. O meu ex marido era uma pessoa muito ligada a um determinado Movimento da Igreja Católica e isso fez amadurecer em nós, enquanto casal, uma imensa comunhão espiritual.
Quando nos separámos, o Movimento que até aí sempre me tinha acolhido e tratado como igual (apesar se estar ligada à Igreja de forma mais "diocesana") passou a ignorar-me. Deixei de ser convidada, recebida, acolhida. A minha presença tornou-se desconfortável para quem estava e o meu à-vontade era visto quase como despeito. Para ele, que decidiu sair de casa e que está a viver em união de facto com outra pessoa, nada mudou. Continuou a ser acolhido, estimado. Afinal ele é que era da casa, eu era apenas uma intrusa temporária (houve apostas sobre quanto tempo duraria o nosso casamento, dentro deste grupo) e isso fez com que eu me sentisse excluída em muito mais vertentes do que o simples acolhimento eclesiástico.

Esta noite houve um Encontro. Foram convidadas muitas pessoas anónimas, mas ningum se lembrou de mim. Nem o meu ex marido, com quem falei à tarde e que, obviamente, estaria presente nas cerimónias.
Senti-me uma espécie de Maria Madalena, uma pecadora à porta da sinagoga, uma impura que não é digna de pisar a casa de Deus. E por muito que saiba que o meu Cristo não é aquilo que está ali patente, senti um asco imenso da hipocrisia que se vive ali. Senti uma tristeza profunda por aquilo que eu própria já vivi e acreditei. O ideal de "Unidade" não passa mesmo de um ideal.
Quis desaparecer para um sítio escondido mas percebi que não é fácil escondermo-nos de Deus.
Hoje sinto uma tristeza incomensurável no peito por ter vivido tantas coisas que hoje não reconheço em mim. E fica assim uma espécie de vazio, de abismo, de desalento.
O divórcio fez-me perder muitas coisas importantes.
Acima de tudo sinto falta da minha Fé e da minha Dignidade.

quarta-feira, abril 26, 2006

Merda de afectos!!!

Ando há uma vida toda a tentar curar os meus afectos. Ganhei afectos novos que quase me fizeram acreditar que os outros já sararam.
Mas, a verdade é que, estou a somar afectos que um dia vão adoecer, e que eu vou ter que curar. Estou, apenas, a encher o coração de gente que também não me vai sair do coração.
Só faço asneiras.
Eu sabia que não devia acreditar no amor.

terça-feira, abril 25, 2006

Não se ouve, sente-se...

La mamma morta, por Maria Callas

Soberbo....
...
...
...

És tão boa, és tão boa....

Lembro-me que, alguns meses depois de me separar, encontrei, por acaso, um amigo do meu ex marido na rua, por sinal, um perfeito anormal (não confundir com O perfeito anormal de quem sou fã). Nessa altura era Verão, e eu tinha voltado aos decotes e à maquilhagem. Tinha voltado a ser eu. Lembro-me que ele ficou embasbacado a olhar para mim e balbuciou que eu estava diferente. Como sou uma cabra incorrigível (cujo extraordinário poder de análise me permite chegar a esta conclusão sem qualquer pudor) exclamei "Diferente??! Estou boa, quer o menino dizer!" E ele riu-se, nervosamente, e disse "pois... isso, estás boa...".
Sempre defendi que não há nada melhor para a auto-estima do que passar em frente a um prédio em construção... O universo de poetas da construção civil que por ali se encontra levanta o ânimo de qualquer uma...
Naquele dia, senti-me a mulher mais poderosa do mundo. Muito melhor do que o nosso ex perceber o que perdeu é ser cutucado pelos amigos nesse sentido.
Mas, melhor do que estas coisas todas, é sentirmos-nos poderosas por dentro, ainda que não esbarremos em ninguém conhecido na rua (o admirável fã anónimo vale por mil piropos de trolha em prédio em construção e por outros mil amigos de ex maridos...).

É fantástico sair à rua e sentir orgulho de se ser quem se é.

sábado, abril 22, 2006

Hoje...

Hoje nem a Bethania me ajuda...
Hoje nem eu sei o que tenho... (ou se calhar até sei...)
Hoje sinto-me ieca...
Hoje estagnei... na tristeza...
Hoje choro pelo vazio...
Hoje...

quinta-feira, abril 20, 2006

Ódios de estimação internos

Odeio a minha ingenuidade em relação aos afectos e ao amor.
Odeio a sensação de nudez interior.
Odeio esta amargura imposta.
Odeio corar, mesmo que seja do outro lado do telefone.
Odeio querer acreditar.
Odeio decepcionar-me.
Odeio sentir-me humilhada.
Odeio esta hiper actividade das minhas glândulas lacrimais.
Odeio fatalismos.
Odeio que me tentem manipular.
Odeio que insultem a minha inteligência.

Desculpem lá. Hoje estou a mil.

quarta-feira, abril 19, 2006

Tenho saudades...

... de quando tudo fazia sentido...

Coragem

Há muitos, muitos anos atrás quando “descobri” Maria Bethânia, percebi que me iria acompanhar nos momentos de maior serenidade e ao mesmo tempo de desgosto (de amor apenas?... acho que não… talvez…).
Sabia as músicas de cor e cada uma me alimentava de um sentimento único de acordo com o momento.
Traziam-me emoções de volta, cheiros, lembranças.
Eram porto de abrigo.
Nas visitas às discográficas, sentia um íman para comprar todos os cd’s que encontrasse.
Até que me proibi de o fazer, claro está. (Aqui o people tem um bocado de aversão às dependências, embora faça delas o seu dia a dia).
Estava a ficar obcecada ao ponto de não ouvir mais nada.
Andei anos sem a ouvir (pelo menos propositadamente), primeiro por opção depois por medo.
Parecia que tinha receio das fragilidades a que ao mesmo tempo cada som me transportava.
Hoje no aconchego do meu espaço voltei a ter coragem e coloquei um dos muitos cd’s que ainda guardo – MEL. Lindo….
Com um sorriso trauteei-as todas as músicas de fio a pavio, enquanto fazia umas arrumações (acho que com a faxina tentei evitar o confronto com os sentimentos) mas era inevitável…
Parei com tudo. Sentei-me no chão em frente à aparelhagem, peguei nas letras e lá fui acompanhando o fluir da melodia.
Lembrei-me da dor da paixão de outrora, da dor de agora.
Lembrei-me de pessoas, de tempos, de momentos.
Lembrei-me de aromas, de cheiros, de emoções.
Senti o coração destroçados pelo passado e pelo presente.
Chorei.
Mas ao mesmo tempo senti serenidade.

terça-feira, abril 18, 2006

Babyblogues...

O último post da DIV fez-me pensar numa série de coisas. Lembrei-me o que senti nas duas gravidezes, o quanto gostei de assim estar. Trouxe-me à memória as circunstâncias em que decorreram os partos, tão diferentes, cada um, uma experiência única. Lembrei-me do cheiro dos meus filhos, do choro, da sua doce dependência. Lembrou-me a intensidade do amor que, então, tinha pelo pai deles. Lembrei-me das esperanças que depositei nos miúdos e em nós. Lembrei-me do que falhou imediatamente e do que foi falhando...

Na altura em que fui mãe, a blogo, isto de ter uma página na net, não fazia parte nem do meu léxico, nem tão pouco dos meus hábitos. Tudo quanto eram emoções, sensações, dúvidas, angústias, irritações, ficou no papel. Assim, no papel. Só. Para mim. Quem sabe, um dia, para eles.

Não acho mal escrever estas experiências num blog. Pessoalmente, acho que existem alguns engraçados – uns porque quem os alimenta tem jeito e sentido de humor para relatar as peripécias dos putos, outros porque, ainda que sendo um registo respeitante aos filhos, deixam transparecer relatos de vidas normais, num universo onde coexistem problemas sérios, a par de coisas boas, de factos e feitos reais, e são escritos por gente de grande sensibilidade.
Mas, de facto, estes não são a maioria. Na minha modestíssima opinião.

Depois, os outros. Relatos maravilhados acerca do xixi e do cocó do rebento, do vómito e do frémito, da febre viral e do antipirético, do antibiótico e do anti-estamínico. Onde aparentemente, a vida corre em tons de azul celeste e cor-de-rosa pálido. Onde, na fausta paleta de cores com que nos presenteiam, a vida deve ser tão ou mais monocromática que a minha.

Quer dizer, aquilo convence a quem?

Não, querida DIV, ninguém encontrou a fórmula mágica de coisíssima nenhuma. Simplesmente, por vezes – leia-se, na maioria das vezes – assumir que as coisas podem não estar bem é problemático. E escrever um babyblog pode muito bem ser criar um blog de ficção, não científica, mas conjugal…ajudando a que os dias passem...

Mas lá está – aquilo é ao critério de cada um e só lá vai quem quer…

No que me diz respeito, nem nas piores horas, nos piores momentos, naqueles que se seguiram à separação, me comparei com este tipo de postura. Não me revejo em quase nada daquilo, porque, e falo com conhecimento de causa, sei que muito do que se escreve corresponde mesmo é a sonhos – legítimos, diga-se!

Não me sinto nem menos mãe, nem menos mulher por não ter um blogue todo em tons de azul-bebé, cheio de tirinhas com a idade dos putos, onde despejo o rol de proezas dos meus rebentos. Não, nada…

Neste momento, é cansaço o que mais sinto. Cansaço das disputas que o pai dos meus filhos ainda tenta fomentar, das suas tentativas de controlar uma vida que já não lhe diz respeito, e, sobretudo, de o fazer usando a arma menos digna – os miúdos.

Mas, sendo eu uma optimista de nascença, ainda acredito que isto vai passar e que águas menos revoltas devem estar para chegar…

... de emoções.

A navegar nos blogs descobri uns sobre gravidez, bebés, vida de mãe...
Fiquei num misto de emoções:

1) Todas aquelas bonecadas me deixaram enjoada.
2) Tudo me parecia perfeito. Não há dramas familiares, não há birras de filhos, não há desatinos conjugais, não há raivas nem tristezas, não há saturação.

Mas onde vive esta gente?
Ou será mais - Encontraram a poção mágica para a felicidade?

3) Invejazinha de uma vida de sonhos, de ternura, de paciência, de novo filho...
4) Uma tristeza imensa de estar cinzenta, desacreditada, de não conseguir viver numa base de amor, de serenidade, sem stress, sem raiva e com esperança.
5) Senti-me vazia

Na inscosntância (ou constância) dos meus sentimentos, não gostei da minha vida, não gostei de mim.........

Da paciência [ou da falta dela...]

Pois. Paciência. Característica que vou tendo cada vez menos para ti, pá! E o que mais me chateia é que vou ter que te aturar por um bom par de anos...
Desculpa, mas não há pachorra para aturar as tuas flutuações de humor, que variam a cada 2 dias! Estabilizadores de humor, já ouviste falar?
E já não devias ter encaixado nessa cabecinha que eu , aí desde à um ano tal a esta parte, não te devo satisfações? Não te exijo muito, pois não? Alguma vez, desde que nos separámos, te perguntei se andas a sair com alguém? Ou se estavas no sítio x ou y?
É que eu já não tenho paciência nenhuma para ti...mesmo nenhuma...

segunda-feira, abril 17, 2006

Divórcio e Igreja Católica

Nestes dias de festas religiosas, vem-me sempre à cabeça que a sociedade em que estou inserida é realmente mesquinha e preconceituosa. Ainda é.
Por ser divorciada a Igreja Católica impõe-me uma série de restrições perfeitamente imbecis; não posso ser madrinha, não posso comungar na Eucaristia.
Para quem, como eu, foi educada no seio de uma família eminentemente católica e cuja fé alicerçou a maior parte da minha vida, estas portas fechadas que encontro fazem-me sentir (ainda mais) impura aos olhos de Deus.
Sei que este não é um tema fácil. Para mim é profundamente perturbador. Deus é, para mim, um porto de abrigo. E não me faz sentido vivê-Lo sem que esteja inserido numa comunidade. No entanto essa mesma comunidade, essa mesma Igreja, fecha-me portas, volta-me as costas e despreza o meu sofrimento.
Tenho a certeza que o “meu” Deus não partilha de nenhuma destas posições ridículas. Tenho a certeza que o “meu” Deus está de braços abertos para mim.
Mas, neste momento, sinto-me pouco digna. Menti-Lhe em coisas muito importantes. Fi-Lo ser testemunha de um falhanço.
E, ainda hoje, cada vez que entro numa igreja, sinto frio na alma.

domingo, abril 16, 2006

Diário de uma mãe exausta

É este o título que me define neste momento.
Estou desde 17 de março com a minha filha de 20 meses, 24 sobre 24 horas, na sua pior fase de birras (férias. Ela doente. Eu operada).
Não passa 1 minuto (isto não é exagero!) sem me chamar a chorar sem lágrimas (também não me parece que tenha qualquer problema no saco lacrimal).
Quando lhe pergunto o que quer, diz que não a tudo. Se está no chão, dou-lhe colo e quer voltar para o chão. Se vai para o chão, grita porque quer colo. Se lhe dou papa não quer, se lha retiro da frente, grita porque quer. Se pede a xuxa, quando lha dou atira-a para o chão e chora.
Chora, chora. chora de birra.
Isto é uma constãncia no meu dia a dia.

Estou louca, desesperada e a subir paredes!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Mães, compreendem?!

Penso que isto é resultado de "tudo e tanto" acumulado.
Depressão pós parto (existe mesmo. Maldita hormona!). Relação conjugal a descambar. Separação. Reorganização pessoal, familiar (eu e ela, claro) e financeira.

Tentei não tomar qualquer anti depressivo porque tenho a mania que sou super mulher e aguento e supero tudo.
Azar nítido. Enganei-me.
Agora sinto-me deprimida, cansada, sem vontade de fazer nada, sem paciência, com tolerância zero, com vontade de responder mal a quem eventualmente me pergunta as horas.

Nestas alturas "em solteira" fechava-me na concha até me passar. Fazia o estritamente necessário, tipo trabalho e atender telefonemas aos quais não podia negar chamada ou deixar tocar e ficava em casa a curtir Maria Bethania e a carpir mágoas.
Sofria, sofria... sentia-me a pessoa mais infeliz deste mundo e do outro, numa auto piedade sem tamanho.
Mas, depois, era com toda a força que me "levantava" cheia de pica e garra e ninguém me parava. Agora já nem essa terapia do levantar posso fazer. Parece que nem sei como reagir, poruqe não vejo outra forma de reagir (tudo me cansa, tudo me aborrece). Tão estranho...
Como diz a minha amiga divorciada "precisas de deixar a tua filha com a avó (que está a centenas de km de distância) por 1 semana". Bem sei que ela tem razão, mas também não consigo desligar da minha linda mesmo que seja apenas geograficamente.
Pareço a canuça, não é?!
Tanto quero como não. Tanto me queixo como não faço por fazer nada.
Merda...............................

Super Sábado

Pois que este fim-de-semana, e porque o Senhor ia ressuscitar e tudo, decidimos encontrar-nos as três para um café de Primavera. Não de Páscoa, se bem que a nossa conversa era claramente de sexta-feira santa, mas sim de forma a podermos celebrar alegria de estarmos, em terapia de grupo, ao vivo e a cores.
E lá fomos, a Separada, a DIVertida e eu própria almoçar juntas, num shopping da capital (ou perto) lavar a alma (magnífico como as teclas do PC me traem sempre nesta palavra e me fazem escrever lama) e carpir mágoas comuns.
Também falámos do blog. Claro que sim. Teriam sido 5 minutos? Ok, talvez 10.
O resto da tarde foi passada a falar de ex maridos imaturos e imbecis, de filhos fantásticos e cansativos, de sogras que são eternas cabras (e hesitei muito antes de escrever o adjectivo em que realmente estava a pensar) e da falta de tempo para gerir uma vida que continua.

Isto de ser mãe, mulher, trabalhadora, ex mulher, filha, amiga, amante, estudante, aprendiz, costureira, cozinheira, sopeira, médica em part-time (dos filhos, entenda-se), advogada, juiza, psicóloga e Deus sabe que mais, dá uma trabalheira que não vem nos livros.

Concluímos, portanto, que somos Super-Mulheres. Até já encomendámos os fatos.

quarta-feira, abril 12, 2006

Sábados de manhã

Agora que o calor está a chegar as esplanadas chamam-me. Lembro de que, antes de casar, alimentava uma fantasia secreta que consistia em reconhecer o meu “knight in a shinning armour” pelo facto de ele (também) ler o Expresso ao Sábado de manhã, café em cima da mesa da esplanada, comentando alegremente as notícias da semana e as novidades do Cartaz. Escusado será dizer que o meu ex marido não preenchia esta minha fantasia (devia ter dado ouvidos às minhas fantasias, é o que é).
Mas agora, quando a rainha está de fim-de-semana com o Papá, escapo-me para a beira-rio, sento-me na esplanada mais simpática e estou ali, horas, em paz comigo e com o mundo a saborear o meu jornal e o meu café. Não tenho ninguém com quem comentar as notícias que vou lendo, é um facto, mas (in)felizmente há sempre uma amiga separada, divorciada, divertida e na mesma onda, que pode querer partilhar esse espaço comigo.

Um dia ainda vou aprender a não criar estes filmes na minha cabeça, não vou?

Conversa de gente grande...

Tal como a DIVertida, existem muitas coisas que esta nova condição de mãe de família monoparental me trouxe (este termo, “monoparental”, kills me…).

Gosto de decidir sozinha se durmo mais cedo ou se fico a ler um livro na cama; ou se preparo uma refeição completa ou se faço uma refeição ultra-rápida; ou de ouvir as minhas músicas preferidas repetidamente; gosto de pegar no carro e ir sem destino, até onde me apetecer, sem sentir culpa por não estar ao pé de alguém; gosto de ter tempo para mim; ou de dormir atravessada na cama com 4 almofadas só para mim; gosto de dizer aos miúdos se querem vir dormir com a mãe, sem sentir que estou a violar uma regra básica da pedagogia (bardamerda para a tal regra, que os putos são pequenos e daqui a alguns anos, crescem e acaba-se o bem-bom…). Gosto, sobretudo, de sentir que estou viva…

O outro lado da liberdade, porém, às vezes, é pesado…Quando estou no meu período com os miúdos, as conversas obviamente gravitam em torno dos seus problemas, da sua vida, do que foi o seu dia. Acompanhar crianças pequenas que ainda estão em fase de "digestão" de uma separação requer muita dedicação, atenção a pormenores muitas vezes imperceptíveis... E, pese embora o meu círculo de amizades e familiar seja muitíssimo razoável, proporcionando sempre programas e convívios, a verdade é que, à noite, quando eles se deitam, faz-me falta aquele período de conversa “de gente grande”…

terça-feira, abril 11, 2006

Esforço pra não chorar...

Pois hoje por razões de separação e de existência da filhotinha tive de vender a relíquia da minha vida um Seat Ibiza GT TDI (110 cv) de 2 lugares.
Parece que com ele se foi o meu direito a ter "direito a adrenalina".
Agora tenho de ter carro de 5 lugares, mas calmo e mais sereno.
Foi o meu ibiza foi o meu direito à rebeldia...
Quão bom era conduzi-lo ! Até ficava colada ao banco! delicioso! fantástico! soberbo!
Agora acabou.
Sinto que nunca mais vou ter nada igual ou parecido... até pk a minha vida complicada não me vai permitir.
Terei de me redimir à "vidinha" de trabalho e filha q tanto evitei...
MERDA!
Alguém entende isto????

A recaída...

Não foi há muito tempo.

De facto, aconteceu há mais ou menos uma semana. Foi…tive uma recaída…pensei mesmo seriamente se teria feito bem em ter saído de casa…questionei-me verdadeiramente da sensatez de tal decisão…naquele momento, achei que tinha cometido um acto tresloucado…

Sair atrasada, ter os “minis” aos berros, cada um com uma birra maior que a do outro, olhar para o pneu de trás, e ver que está “flat”, mais “flat” que a linha cardíaca de um defunto!...Qual é a mulher que não reconsidera pegar no telemóvel e dizer ao ex “olha, sabes, isto da separação pode ter sido um acto irreflectido…não sei, podemos falar um bocadinho…e, já agora, vês-me aqui esta cena do pneu?”…eu reconsiderei, caraças!...

Mas alguma de nós tem capacidade para ainda ter de mudar um pneu com as crias em pleno motim?? …eu sei lá do raio do pneu sobressalente, mais do macaco! Ali, àquela hora, naquele instante, eu tive o meu momento de dúvida! Sim, tive!

Mas, e, se dúvidas tivesse, que às vezes somos fustigadas com provações, para nos por à prova, foi ali o momento em que foram dissipadas: passei a minha prova e retomei as rédeas à minha vida! No controle de novo!!

Não era o meu carro, era só um igualzinho ao meu!

Mãe elevado ao quadrado

Separada!

E agora?... bem, à primeira vista, no bilhete de identidade, tudo na mesma......
estado civil: solteira...mas por acaso, discordo...para mim, estado civil agora devia ser: mãe elevado ao quadrado...

Perdoar

Ontem alguém me dizia que depois de um divórcio é preciso aprender a perdoar a vida.
Não é fácil voltarmos a dar-nos. A ingenuidade terminou na Conservatória do Registo Civil (a frieza com que nos "descasam" é brutal), a pureza acabou no momento em que se fez o acordo de poder paternal (que, se fosse eu que mandasse, se devia chamar "acordo de poder maternal", mas ok) e a inocência morreu quando se tirou a aliança do dedo (confesso que este acto foi muito doloroso para mim)
Por tudo isto não é fácil voltarmos a acreditar, a confiar. Estamos mais doridas, mais duras, mais impermeáveis. Queremos tanto voltar a acreditar que nos julgamos já muito fortes e muito capazes. Às vezes estamos. Outras vezes não.
Reconheço que não é fácil estar perto. O divórcio traz coisas medonhas. Os medos passam a ser maiores, as noites são sempre mais frias. Não porque deixámos de ter marido mas porque sabemos que o sonho afinal não existe. Deixou, simplesmente, de existir.
Há que aprender a perdoar a vida, sim. Perdoá-la pelas partidas, pelas travessuras.
Às vezes Deus tem um sentido de humor sarcástico. Mas não deixa de ser humor.

segunda-feira, abril 10, 2006

Manhãs a solo

Hoje de manhã, para não variar, acordei atrasadíssima... Tive saudades de um tempo (que, na realidade nunca existiu, mas eu acredito que às vezes se pode etr saudades do futuro) em que eu podia tomar banho com alguma tranquilidade porque a outra parte asseguraria o vestir da Rainha e o seu pequeno-almoço.

Mas não. Tudo eu. Como sempre. Sozinha e em stress.
Claro que a paciência é um bem escasso e acabei por me impacientar (passo a expressão) com a rainha.
Resultado: fiquei furiosa comigo mesma...

Ando impaciente...

domingo, abril 09, 2006

Porque tens de ter sempre a cabeça ocupada?

Hoje acordei com este pensamento (bolas que até dói...!):
Esquece!
Não há quem mereça o teu pensamento e desejo.
Esquece!
Gostas que te dêem pra trás??
Precisas disso?
Onde está a tua auto estima?
Por vezes é bom não esquecer completamente as coisas más, senão voltamos a cair nelas.
Parece que é isso que queres!...
Voltar a cometer os mesmos erros….
Olha para ti!
Gosta de ti!
Aprende, e depressa, a ver as coisas positivas na vida que tens.
Aprende a ver que essa vida também pode ser cheia de adrenalina (é certo que não sei muito bem onde, mas… procura).
Só tens de averiguar um pouco.
Dá-te tempo!
Parece que apenas queres ficar de cabeça entretida (tipo de cabeça cheia como os adictos).
Mas será possível que não consegues estar com a cabecinha vazia desse ponto de vista?!
Porquê???
Aqui está o ónus da questão da tua felicidade efémera. Saltitas, saltitas, saltitas.
Investiga.
Tenta perceber o fio condutor que te leve a entender mais umas coisas.
Dá-te tempo.

sábado, abril 08, 2006

Os prazeres de voltar a ser solteira

Depois do "falecido" ter saído de casa tive um prazer enorme: deitar-me na minha cama à hora que queria (ultimamente já ia pra cama mais cedo pra não ter de suportar uma pessoa na sala que apenas respirava...), como queria e SOZINHA...! Sensação orgástica!
Não, não sou daquelas que acha que pode viver sem fazer amor (sexo pra mim continua a ser impessoal e isso não tem a ver comigo. Super ego a funcionar!) mas pior do que isso é ter de dormir com alguém perante o qual nem a presença se suporta quanto mais o toque.

Outra deliciosa: não ter obrigatoriedade para fazer comida (confesso que é o que mais detesto fazer. Ponham-me a lavar retretes!). É que os homens não cozinham mas são exigentes.

Mais: poder espalhar-me no sofá sem a sensação de que tenho de estar numa posição desconfortável para não tocar no outro (repulsa? simples afastamento? frieza?).

Também: poder rir com um programa de televisão sem restrições. Às vezes eles aproveitam estas ocasiões para meter conversa. Imberbe!

E ainda: o tempo é meu! (bom, ultimamente o meu tempo é mais o tempo da minha filhotinha, mas por ela tudo bem. tem dias... pois claro). Posso pôr em prática qualquer vontade sem ter de arranjar espaço para o outro não me apetecendo e sem que haja espaço para ele.

Tou como a minha amiga divorciada feliz: felicidade com alguém que dure 6 meses já é eterna!

quinta-feira, abril 06, 2006

Só me apetece dizer asneiras!!!

Fónix!
Catano!
Pra não dizer coisas piores!!!
Na verdade, por muito louca que seja, detesto dizer asneiras... (Lá tá outra vez a porra do super ego a funcionar...)
Estou possessa!
Então não é que o anormal do pai da minha filha me anda a fazer a vida negra por causa da regulação do poder paternal?!!!!!?
Logo a mim que fui tão porreira e o deixei ver a filha sempre e quando ele quis!!!!!!
Anoooooooormal!!!!
Vejam bem que não contente com o sofrimento que está a provocar à filha, foi meter o processo em tribunal quando o que se pretendia era que pelo mútuo acordo fizessemos decorrer a acção. Sem stresses. Sem dramas. Sem ansiedades. Sem confusões. Com cordialidade. Com amizade.

Afinal temos o que de melhor podemos ter: uma filha em comum! Ainda por cima LINDA E FANTÁSTICA!
Mas será possível que, tal como diz uma amiga minha sabedora destas coisas, o amor dele pela filha não seja maior que o ódio dele por mim????

Só queria paz!
Estou muito melhor assim. Sózinha. Mas custava muito que fosse com um pouco de paz? De cordialidade? De civismo?

Que merda de gajo eu fui escolher pra pai da minha filha!!!!!
Eu devia bater com a cabeça na parede até fazer sangue! pra castigo, pois claro!

Os Avós (suspiro)

Durante o meu processo de divórcio fui confrontada com a compaixão de muitas pessoas. O estar sozinha, ser mulher e ter uma criança com 10 meses a meu total encargo afectivo parecia despertar nos outros um sentimento de pena e de protecção que faziam de mim assim uma espécie de atrasada mental.
Os meus pais tentaram, desesperadamente, convencer-me a voltar para casa deles. Que estava melhor lá, que eles me ajudariam com a pequena rainha, que eu me sentiria menos só. A minha decisão foi sábia: NUNCA! Não queria que a minha filha, um dia, achasse que éramos irmãs e, se bem conheço os meus pais, isso era um risco fácil. Toda a vida me confrontei com o excesso de protecção que me davam. Não queria regredir nos imensos progressos que tinha feito quando saí de casa.
Passámos então à fase seguinte: hiper protecção da rainha. Coitadinha, sem pai (caramba, mas ela tem pai!!), uma mãe tresloucada (irra, não sou assim tanto!!), sozinha sem os avós (aparentemente os únicos seres à face da terra capazes de lhe proporcionar algum sentido de normalidade)...
Debati-me durante muitos meses com este problema. Na verdade ainda me debato. Diariamente. Se por um lado não quero magoá-los, depondo-os para segundo plano, por outro lado não posso permitir que dominem a minha vida e a vida da rainha...
Percebo-os, como mãe que sou. Não os entendo como filha que também sou.
Dou por mim constrangida em educar a rainha à frente deles. Adivinho-lhes as críticas, o acenar de cabeça, a falta de confiança na Mãe que sou.
Nunca serei como eles. Nem tenho pena.
Mas parte de mim acredita que isso faz de mim uma Mãe pior.

Sonhos?

Conheço cada vez mais gente em fase de separação e de divórcio.
É raro o amigo que ainda está (bem) casado ou feliz na sua opção. Ainda me lembro da altura em que as coisas batiam todas certinhas e o casamento era para mim uma Instituição segura onde assentavam a maior parte dos meus sonhos.
A tolerância, como princípio estrutural do casamento, tende a diminuir... Não sei porquê. Estamos mais exigentes, mais auto-confiantes, mais seguros do que queremos.
E o pior de tudo é que, uma vez destruídos os alicerces dos meus sonhos de menina... onde vou agora edificá-los? Não sei se sei reformular tantas coisas...

(bem vinda de volta, DIVertida... sinto muito a tua falta)

De volta

Pois estou de volta. cirurgia de curta duração e curto internamento.
Anestesia raquidiana (será que ouvi bem o que a anestesista disse?).
4 horas deepois ainda não sentia completamente os pés... Xiça!
Já passei pela experiência de epidural no parto mas "voltei às sensações" numa meia horita.
Desta vez sentia frio, mexia com as mãos nas pernas. Pareciam de outra pessoa. Muito quentes e insensíveis. Sensação estranha...!
Agora recuperação vai demorar uns dias...
Preciso de que cuidem de mim tipo alimentação e filha. Nestas alturas a quem recorremos? Mãe claro (por muito quesilenta que seja a relação).
Custa-me sentir dependente tendo em conta que sempre achei que a minha vida dependia apenas e exclusivamente de mim.
Andei anos a pensar que era super mulher, que resolvia todos os problemas e que enfrentava todas as adversidades sozinha.
Precisar de outros é quase levar a sentir-me fraca e insegura... Estranho, não?!

É bom estar de volta...

quarta-feira, abril 05, 2006

Onde estava o pai quinzenal?

Ontem à noite senti-me sozinha. A princesa esteve doente, a gemer de mimo e de febre e eu estive a velar por ela. Mas não foi nisto que me senti só. Foi em não ter com quem partilhar a minha preocupação. Foi em não ter ninguém ali ao lado que me dissesse que aquilo era só uma febrezita parva e que ela ia ficar boa num instantinho.
Ontem à noite chorei de desconsolo e de cansaço e de solidão de mãe.

Mas orgulho-me de ter estado à altura.
Divorciada, sim. Mãe sozinha, é um facto.
Mas nem por isso menos. Nem por sombras!

domingo, abril 02, 2006

Estarei ausente

Amigos estarei ausente por uns dias por motivos de saúde - vou à faca!
Mas a minha mais que tudo (amiga) Divorciada feliz fará o favor de vos manter com um sorriso nos lábios ou um pensamento a saltitar.
bjocas

A título de curiosidade...

A título de curiosidade folheei na Bertrand o livro das previsões de Paulo Cardoso para 2006.
Taxativamente vem lá que os nascidos sob o signo Touro terão um ano muito mau!
Quando li pensei, "outro?!"
Caros amigos, acreditemos ou não na Astrologia, este Sr. tem mesmo razão. Eu falo por mim. Está a ser mesmo muito mau...
Mas como se vai prolongar até final do ano, nem quero imaginar o que ainda me espera...!!!
Bolas!
Que Karma!