Divorciadas, sim! E depois?

Alguma coisa contra mulheres com filhos, sozinhas no mundo e cheias de coragem?!

domingo, abril 16, 2006

Diário de uma mãe exausta

É este o título que me define neste momento.
Estou desde 17 de março com a minha filha de 20 meses, 24 sobre 24 horas, na sua pior fase de birras (férias. Ela doente. Eu operada).
Não passa 1 minuto (isto não é exagero!) sem me chamar a chorar sem lágrimas (também não me parece que tenha qualquer problema no saco lacrimal).
Quando lhe pergunto o que quer, diz que não a tudo. Se está no chão, dou-lhe colo e quer voltar para o chão. Se vai para o chão, grita porque quer colo. Se lhe dou papa não quer, se lha retiro da frente, grita porque quer. Se pede a xuxa, quando lha dou atira-a para o chão e chora.
Chora, chora. chora de birra.
Isto é uma constãncia no meu dia a dia.

Estou louca, desesperada e a subir paredes!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Mães, compreendem?!

Penso que isto é resultado de "tudo e tanto" acumulado.
Depressão pós parto (existe mesmo. Maldita hormona!). Relação conjugal a descambar. Separação. Reorganização pessoal, familiar (eu e ela, claro) e financeira.

Tentei não tomar qualquer anti depressivo porque tenho a mania que sou super mulher e aguento e supero tudo.
Azar nítido. Enganei-me.
Agora sinto-me deprimida, cansada, sem vontade de fazer nada, sem paciência, com tolerância zero, com vontade de responder mal a quem eventualmente me pergunta as horas.

Nestas alturas "em solteira" fechava-me na concha até me passar. Fazia o estritamente necessário, tipo trabalho e atender telefonemas aos quais não podia negar chamada ou deixar tocar e ficava em casa a curtir Maria Bethania e a carpir mágoas.
Sofria, sofria... sentia-me a pessoa mais infeliz deste mundo e do outro, numa auto piedade sem tamanho.
Mas, depois, era com toda a força que me "levantava" cheia de pica e garra e ninguém me parava. Agora já nem essa terapia do levantar posso fazer. Parece que nem sei como reagir, poruqe não vejo outra forma de reagir (tudo me cansa, tudo me aborrece). Tão estranho...
Como diz a minha amiga divorciada "precisas de deixar a tua filha com a avó (que está a centenas de km de distância) por 1 semana". Bem sei que ela tem razão, mas também não consigo desligar da minha linda mesmo que seja apenas geograficamente.
Pareço a canuça, não é?!
Tanto quero como não. Tanto me queixo como não faço por fazer nada.
Merda...............................

6 Comments:

At 10:41 da manhã, Blogger Issima said...

Não sejas tão dura contigo mesma, querida... Esta fase de separação e de "restabelecimento" é mesmo muito dolorosa... Não queiras viver como se não fosse. Tanto tu com a K, estão a adaptar-se... faz parte do processo...
Mas sim, continuo a achar que, a bem da tua sanidade, deverias deixa-la uns dias com a tua mãe... Sentir saudades faz bem... : )

Um beijo. Sabes que estou SEMPRE aqui!

(obrigada pelo "hotel"... e por tudo o resto)

 
At 2:01 da tarde, Blogger PARTILHAS said...

É para isso, que existem blogues... para desabafarmos com a nossa alma... Num ou noutro momento, todas Nós, passamos por isso... Desespero...

Felizmente... e Graças a Ele e a Nós... não dura sempre...

Energia.... Positiva!
Obrigada pela tua visita...

 
At 3:02 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Se os nossos fantasmas pudessem caminhar á luz do dia...eles alimentam-se da nossa soldão, compartilham o mesmo corpo...na verdade com o passar do tempo tornam-se nossos amigos trasnparentes, incondicionais e verdadeiros!

 
At 4:57 da tarde, Blogger DIV de divertida said...

misteriousman:
Mas como podem os nossos fantasma ser amigos, incondicionais e verdadeiros?...
Desde pequena que entendo por fantasma algo negativo (com excepção do gordinho de lençol branco a fazer "bú!" sem capacidade de assustar ninguém. Mas isso é de BD.

É certo q a cabeça não funciona muito bem, mas na base da razão tudo se consegue. O problema é quando tudo se passa na plataforma da emoção...

 
At 10:25 da manhã, Blogger SOL said...

Olá, sócia!
Concordo inteiramente com a Divorciada, quando diz que não deves ser tão dura contigo...já te levo um bom par de meses de avanço, e apesar de estar habituada a fazer tudo sozinha (que não difere muito da realidade anterior, na constância do casamento...), a verdade é que às vezes custa não ter ali ao lado alguém para partilhar dúvidas, só para desabafar um bocadinho...

Mais: fazia-te bem deixares, de quando em vez, a tua pequenota com a avó... fazia-te bem a ti, para descansares, para carregares as baterias, à tua pequenina, para sentir saudades da mãe e, talvez, à avó!

 
At 10:28 da manhã, Blogger SOL said...

Misteriousman,
mas como podem esses fantasmas ser teus amigos? ainda por cima, incondicionais? verdadeiros? se tu próprio dizes que se alimentam da solidão, da tua solidão? que amizade pode nascer de uma tal relação?
parece-me mais que falas de medo...
pois eu, carreho alguns, ainda, mas por pouco tempo, quero acreditar...que terminal "solidão" fica perto, e eles saem lá, mesmo...

 

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