Os Avós (suspiro)
Durante o meu processo de divórcio fui confrontada com a compaixão de muitas pessoas. O estar sozinha, ser mulher e ter uma criança com 10 meses a meu total encargo afectivo parecia despertar nos outros um sentimento de pena e de protecção que faziam de mim assim uma espécie de atrasada mental.
Os meus pais tentaram, desesperadamente, convencer-me a voltar para casa deles. Que estava melhor lá, que eles me ajudariam com a pequena rainha, que eu me sentiria menos só. A minha decisão foi sábia: NUNCA! Não queria que a minha filha, um dia, achasse que éramos irmãs e, se bem conheço os meus pais, isso era um risco fácil. Toda a vida me confrontei com o excesso de protecção que me davam. Não queria regredir nos imensos progressos que tinha feito quando saí de casa.
Passámos então à fase seguinte: hiper protecção da rainha. Coitadinha, sem pai (caramba, mas ela tem pai!!), uma mãe tresloucada (irra, não sou assim tanto!!), sozinha sem os avós (aparentemente os únicos seres à face da terra capazes de lhe proporcionar algum sentido de normalidade)...
Debati-me durante muitos meses com este problema. Na verdade ainda me debato. Diariamente. Se por um lado não quero magoá-los, depondo-os para segundo plano, por outro lado não posso permitir que dominem a minha vida e a vida da rainha...
Percebo-os, como mãe que sou. Não os entendo como filha que também sou.
Dou por mim constrangida em educar a rainha à frente deles. Adivinho-lhes as críticas, o acenar de cabeça, a falta de confiança na Mãe que sou.
Nunca serei como eles. Nem tenho pena.
Mas parte de mim acredita que isso faz de mim uma Mãe pior.
1 Comments:
ACREDITA EM TI!!! ÉS UMA ÓPTIMA MÃE!
Às vezes tenho um cadito de dor de cotovelo dessa voz e dessas capacidar de inventar coisas pra canita.
beijos mtos
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