Sim, Mãe...não, Mãe...
...pois é. Há para aí um filme qualquer acerca de uma teenager que, num belo dia, acorda e tem 30 anos.
Neste caso, eu acordei, estava separada e, por incrível que pareça, tinha recuado 20 anos!
É assim. Sem tirar nem por. E nem o facto de ter dois filhos ajuda ...
Mesmo se não tivesse filhos, voltar para casa dos pais era a última das soluções. Não porque não goste dos pais, aliás, é exactamente porque os amo, que não quero viver com eles. É impossível voltar à casa materna. Porque adquirimos os nossos hábitos, porque estamos habituadas a sermos nós a por, a dispor, a indispor, a descompor; ter de voltar ao quartinho de solteira, que está, nesta fase, já reservado a netos e visitas, é do caraças.
Mas as mães - a minha, pelo menos - é insistente, e não se deixa convencer à primeira "mas porque é que vais arranjar uma casa se ficávamos tão bem aqui todos" (5 alminhas num T3, topam, hum...? ) - de pouco vale estar a explicar-lhe que a coisa funciona mais ou menos como o ditado "cada macaco no seu galho", porque, para ela, falta o macaco (o ex) ... só existe a macaca (eu) e os macaquinhos (os dois netos)..."não mãe, ok, fico aqui temporariamente até arranjar uma casa em condições, mas temporariamente, certo?"...
Felizmente que o temporariamente foram dois meses, porque aqui a vossa amiga, que já vai nos "intas" passou a receber telefonemas no emprego deste teor "...então, ainda aí?? mas quando é que vens para jantar??"... ou "mas afinal a que horas sais tu das aulas?"... ou melhor ainda: "como é que se chama essa amiga com quem estás aí a beber café?" ...aqui, fiquei à espera que me pedisse o apelido da "miúda" e o telefone dos pais dela..."jasus", que é difícil fazer-lhe ver que já não tenho 16 anos...experimenta por-lhe mais 20 em cima, tá, mãezinha do meu coração?
Ah, e os almoços de família? Essa experiência surrealista... explicar trezentas e sete vezes que não nos apetece ir ao lanche na casa da Tia M. porque...não! Parece fácil, mas não é, porque temos que explicar isto para aí umas dez vezes (nos dias bons, quer dizer...) ...e quando já não existem argumentos racionais no repertório, já só nos resta...amuar, como fazíamos aos 16! Não é congruente, mas que se lixe! Funciona!
Já na casa nova, a briga é para ter a chave... caras leitoras e leitores, a "let me give you a word of advise" - NÃO se dá a chave! ...porque senão, um belo dia, entram em casa e têm cortinados, móveis, e sei lá mais o quê, tudo menos da forma como vocês querem... e privacidade, privacidade passa a ser um conceito indeterminado...entendem?... e dão por vocês a esconder a caixinha dos preservativos na vossa própria casa!...
Eu escrevo mais noutro dia, porque já estou atrasada para o jantar...e às quintas é dia de jantar na casa da Mãe...
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Ó Mãe, tu sabes que eu te ADORO, mas tu desculpa-lá este desabafo! Tinha que ser!
Um Beijo para ti, minha Mandona do Coração!
4 Comments:
"ja almoçaste? o K? e o que vais fazer para o jantar? E essa barba, não se fez porquê? E o cabelo, não é altura de o cortares?" Mãe é Mãe, e eu sempre me habituei a ser um pouco "despegado" da familia, sou egoista e assim num futuro que espero ainda longe, não vai ser tão doloroso a separação definitiva, mas às vezes penso mesmo que devia ter ido morar para 300Km de distancia. Sempre aprendemos algo para os nossos filhos e como ainda não sou Pai, posso apenas ir prometendo e ensinando os Sobrinhos... "não deem beijos às velhinhas na rua..." Deve ser dos poucos "traumas" infantis que tenho, de ir com a minha Mãe e ouvir "dá lá um beijinho á sra. que é amiga da Mãe!" IRRA!
Claro que voces, bloggers, depois de lerem coisas que escrevo por aqui devem achar que esse não é "dos poucos "traumas" infantis que tenho"...LOL
Cumixoso, tranquilo!
Não acho que seja egoísmo, sabes? É que depois de se viver uma série de anos fora da asa maternal, há coisas que nos põem com os cabelos em pé...
E o trauma dos beijinhos, sim, também tenho...a minha mãe tinha uma série de amigas que usavam carradas de maquilhagem e davam beijinhos que deixavam a minha cara babada....blherc! Nunca obrigo os meus a tais manifestações de afecto...tadinhos!
Eu estou a 200 km da mãe desde há 5 anos e a viver nesta selva desta cidade... recentemente com a minha koxixinha...
Sinto muito falta da família e amigos...
Mas recentemente devida a problema pessoal, tive cá em casa a mãe por 2 semanas. Bom acho que não fiquei maluco porque tinha mais que com que me entreter...
é bom estar com ela, é bom sentir o seu apoio, é bom saber que me ajuda com miúda, mas não muito tempo seguido!!!
Por mim seria ideal o tele transporte. Longe em distância, mas perto quando se quer.
O meu lado rebelde não permite dar seguimento a "cenas de mãe".
jocas
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