Divorciadas, sim! E depois?

Alguma coisa contra mulheres com filhos, sozinhas no mundo e cheias de coragem?!

terça-feira, abril 18, 2006

Babyblogues...

O último post da DIV fez-me pensar numa série de coisas. Lembrei-me o que senti nas duas gravidezes, o quanto gostei de assim estar. Trouxe-me à memória as circunstâncias em que decorreram os partos, tão diferentes, cada um, uma experiência única. Lembrei-me do cheiro dos meus filhos, do choro, da sua doce dependência. Lembrou-me a intensidade do amor que, então, tinha pelo pai deles. Lembrei-me das esperanças que depositei nos miúdos e em nós. Lembrei-me do que falhou imediatamente e do que foi falhando...

Na altura em que fui mãe, a blogo, isto de ter uma página na net, não fazia parte nem do meu léxico, nem tão pouco dos meus hábitos. Tudo quanto eram emoções, sensações, dúvidas, angústias, irritações, ficou no papel. Assim, no papel. Só. Para mim. Quem sabe, um dia, para eles.

Não acho mal escrever estas experiências num blog. Pessoalmente, acho que existem alguns engraçados – uns porque quem os alimenta tem jeito e sentido de humor para relatar as peripécias dos putos, outros porque, ainda que sendo um registo respeitante aos filhos, deixam transparecer relatos de vidas normais, num universo onde coexistem problemas sérios, a par de coisas boas, de factos e feitos reais, e são escritos por gente de grande sensibilidade.
Mas, de facto, estes não são a maioria. Na minha modestíssima opinião.

Depois, os outros. Relatos maravilhados acerca do xixi e do cocó do rebento, do vómito e do frémito, da febre viral e do antipirético, do antibiótico e do anti-estamínico. Onde aparentemente, a vida corre em tons de azul celeste e cor-de-rosa pálido. Onde, na fausta paleta de cores com que nos presenteiam, a vida deve ser tão ou mais monocromática que a minha.

Quer dizer, aquilo convence a quem?

Não, querida DIV, ninguém encontrou a fórmula mágica de coisíssima nenhuma. Simplesmente, por vezes – leia-se, na maioria das vezes – assumir que as coisas podem não estar bem é problemático. E escrever um babyblog pode muito bem ser criar um blog de ficção, não científica, mas conjugal…ajudando a que os dias passem...

Mas lá está – aquilo é ao critério de cada um e só lá vai quem quer…

No que me diz respeito, nem nas piores horas, nos piores momentos, naqueles que se seguiram à separação, me comparei com este tipo de postura. Não me revejo em quase nada daquilo, porque, e falo com conhecimento de causa, sei que muito do que se escreve corresponde mesmo é a sonhos – legítimos, diga-se!

Não me sinto nem menos mãe, nem menos mulher por não ter um blogue todo em tons de azul-bebé, cheio de tirinhas com a idade dos putos, onde despejo o rol de proezas dos meus rebentos. Não, nada…

Neste momento, é cansaço o que mais sinto. Cansaço das disputas que o pai dos meus filhos ainda tenta fomentar, das suas tentativas de controlar uma vida que já não lhe diz respeito, e, sobretudo, de o fazer usando a arma menos digna – os miúdos.

Mas, sendo eu uma optimista de nascença, ainda acredito que isto vai passar e que águas menos revoltas devem estar para chegar…

2 Comments:

At 10:33 da tarde, Blogger DIV de divertida said...

Do fundo do coração... obrigada...

jocas

 
At 1:44 da manhã, Anonymous Anónimo said...

obrigada por dizeres de uma forma tão simples o que se passa com a maioria de nós, mães.
desejo te muita sorte
e força

 

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