Reflexões "a latere"
Ontem ia para casa, ainda a pensar no telefonema do Indivíduo.
Dei-me conta de que, durante 3 anos lhe tenho vindo a aturar atitudes e palavras cujo teor oscila entre o surreal e o obsceno. Já fui vítima de agressões físicas e verbais, de atropelos à minha privacidade, de ofensas à minha integridade pessoal e de ameaças.
Ainda assim, nunca respondo com injúrias, nunca faço comentários à vida pessoal do Indivíduo e, inclusivé, já o ajudei em variadíssimas situações. Sou incapaz de lhe fazer perguntas de índole pessoal, tais como "estás feliz agora com a tua namorada?" ou "e como corre o teu trabalho?"... há espaços e limites que não devem ser ultrapassados. Eu percebi isso no instante em que saí de casa. Apesar disso, sempre tento que a relação seja civilizada, educada, mesmo quando me chama cabra ou outra coisa melhor, ou quando questiona a minha índole e conduta moral com base em ideias que construíu sozinho e que não correspondem de todo ao real...
Poucas pessoas entendem esta minha postura. Na verdade, já muita gente me perguntou como é que eu ainda lhe falo...
O meu raciocínio tem sido o seguinte:
o indivíduo é pai dos meus filhos; logo, tenho de o respeitar por isso para também me fazer respeitar.
Apesar de o ele não o fazer, eu insisito na minha conduta, pois acredito que um dia ele há-de compreender que não vale a pena alimentar um conflito que está morto e enterrado.
Ele ainda está muito, mas mesmo muito, longe disso.
Falta-lhe crescer mais um pouco. Ainda usa calções.
Mas ainda deve lá chegar...
Claro que uma pessoa também não é naïf a vida toda.
Claro que uma pessoa tem limites, e o meu foi atingido.
Claro que outras medidas se impõem agora...