Resposta
Este texto começou por ser uma resposta a um comentário no post anterior... mas dado o assunto, resolvi colocar em post o que escrevi.
Cara Ana Almeida:
(Invadindo aqui o espaço de comentários da Íssima, não resisto a responder).
Pois pela minha parte considero que é uma questão dificil atendendo ao tempo a que já lá vai, não pk me esqueci mas pk nem me apetece voltar a lembrar.
Mas cá vai...
Não há receitas, nem normas.
Nunca ninguém tem certezas do que realmente quer e da melhor opção numa altura destas.
Apenas afirmo que a ser assim, que seja da maneira mais congruente com o que sentimos, sem pressões do exterior.
Mesmo que seja por mútuo acordo, continuo a dizer que foi a pior fase da minha vida. Quando casamos acreditamos de alguma maneira que é para sempre e nunca ninguém está preparada para a avalanche de emoções tão severas que esta fase causa.
Quando há filhos é tudo muito mais complicado... a respnsabilidade com que ficamos é muitíssimo mais pesada.
Do que me lembro (parece que fiz blackout em relação a muitos momentos...) acho que, não fazendo grandes coisas, me fui sempre defendendo de maior sofrimento:
Firmeza, no sentido de não permitir que os outros decidam por nós.
Fugir ao stress procurando sítios que nos tragam alguma calma e serenidade.
Não permitir que as decisões tenham apenas por base a emoção (Já dizia o outro que as decisões de hoje vão ter repercussões daqui a 5 anos).
Ficar concha se tivesse de ser, sem permanecer ad eternum.
Não me parece que faça sentido assumir nem papel de vítima nem de culpado, mas na realidade o de vítima trás outras vantagens, por isso, graças que foram eles a atirar a 1ª pedra.
Dos meus AMIGOS o que eu sempre quis foi espaço para ouvirem o meu lado emocional, aquele que é mais doloroso, aquele que nos faz gritar de dor, de angústia, de arrependimento por nos termos envolvido com tão canalha pessoa, aquele que é tão difícil de suportar sozinha...
Com eles eu chorei de baba e ranho, acusei e assumi falhas, fui eu própria sem quaisquer máscaras ou defesas.
A eles pedi socorro quando estava a sentir-me no limite com a loucura.
Neles encontrei colo, mimo, apoio incondicional, perdão, firmeza, incentivo, sorriso de esperança.
E quando saia de casa de cada um deles, estava pronta para enfrentar mais uns quantos conhecidos que apenas queriam matar a sua curiosidade ou a família que por vergonha acabaria por me condenar, pelo silêncio.
Acho que já deves ter a resposta que procuras... não sei é se a coloquei da forma mais correcta no sentido de validar o sofrimento e o desespero, mas também o apoio incondicional e o renascimento da vontade de viver construindo projectos do nada.
12 Comments:
Boas, Sou a Mónica e visito vos com alguma regularidade. Hoje ao " cuscar" o vosso blog mais uma vez, encontro algumas respostas de que procurava! Inicei agora o processo de divorcio por mutuo acordo, ( e nao ha filhos), mas por mais que se queria iniciar uma vida nova, as memorias da vida vivida veem à mente, as incertezas se realmente o melhor sera separar as nossas vidas, para sempre! O cortar relaçoes com a familia, o fechar a porta de uma casa, minha, construida por mim, para nao voltar mais! A falta de coragem para virar esta pagina!
Mónica
alvesmm@gmail.com
ja somos duas monica.....tb tenho visto o vosso blog com alguma regularidade....
rute
riqgmarques@gmail.com
A verdade é que o divorcio, seja quem for que o quer, sejam quais forem os motivos, tem SEMPRE um luto de dois anos, segundo dizem os entendidos.
E há que deixar passar esses dois anos...
Os meus - dois anos - já estão quase.... e até sinto um arrepiozinho de prazer só de ver que já estão quase ehehe
rosário
Ah! Começo sim é a entrar na outra fase: que fazer à vida? (emocional, é claro!)
Mais relações, com maior ou menos compromisso, não quero, tenho medo delas, não as acredito.
Amigos coloridos? Naaaa..... também não é isso.... é árido, deserto, não tras conforto à alma, nem ao corpo além do momento, quando se consegue o momento.
Ficar só. Sim, juro que seria a escolha que faria.... se conseguisse!
E entro de novo no circulo vicioso:
Mais relações, com maior ou menos compromisso, não quero, tenho medo delas, não as acredito....
rosario
Sinto tanta falta deste sitio de conversa aqui das meninas!
Sabe sempre tão bem passar por cá....
rosario
Sinto tanta falta deste sitio de conversa aqui das meninas!
Sabe sempre tão bem passar por cá....
rosario
Op's.. e já agora, sou só eu, ou vocês também dão conta que as vossas amigas, em maioria, andam a sustentar - económicamente e em trabalhos prestados - os novos companheiros que têm,
Que o fazem - o sustentar os gajos, digamos, o mantê-los! - que o fazem de forma muito discreta, quase às escondidas
E ainda a convencê-los a aceitar e elas a pedir-lhes desculpa por estarem a fazê-lo, a sustentá-los!
Sou só eu que dou conta, ou é de facto uma situação que se está ageneralizar????
rosario
Olá
Queria agradecer a resposta ao meu comentário e desejar felcicdades a todos os intervenientes.
Caso volte a precisar da vossa ajuda espero poder conar convosco mais uma vez!
Obrigada
Ana Almeida
Ups
Peço desculpa...Espero poder CONTAR convosco mais uma vez! A língua portuguesa é MESMO traiçoeira...
Ana A.
Mónica e Etur:
Lamento pelo momento...
Tenho dito muitas vezes que não sou a pessoa indicada para a conselhar nesta área, já que quando não estou bem e em congruência comigo e com os outros, mudo-me. No entanto sei que (quase) tudo acaba por passar ou por ter menor sabor a amargo.
Se conseguirem mantenham-se. Se não, vão em frente. Vamos sempre buscar forças não sei bem onde... mas vamos.
Rosário:
Ena! A menina está mesmo com fome de conversa! ehehe
Essa cena dos 2 anos é mesmo assim, se bem que pode algumas vezes ultrapassar esse timming...
Fala a voz de várias experiências...
Sobre as novas relações... pois haveria muito para se dizer. Depende de cada um(a). Cá por mim tb tou na tua onde. Gajos, nem vê-los, mas sabes... às vezes custa estar sozinha durante muito tempo sem um mimo ou um colinho para os dias mais tristes.
Relação ideal: com fidelidade, mas sem compromisso de casar e cada um a viver na sua cidade, de prefer~encia a distar os km suficintes para não ser fácil aproveitar mais do que o fim de semana.
Estou a ser fria e calculista?! Se calhar... mas não estou disponivel para sofrer mais de coisas do coração.
Ana Almeida:
Dispõe. Espero ter conseguido ajudar.
Olá,
Tb visito este espaço regularmente. Para mim funciona como uma terapia de apoio de mulheres que passaram por uma experiência que, mesmo quando é de mútuo acordo, é sempre traumatizante. No meu caso, acabei de completar 3 anos de divórcio e o meu ciclo negativo ainda não passou... É muito difícil fazer o luto, virar a página e recomeçar a vida sem sequelas... Psicologicamente, já passei por 2 depressões profundas, e se juntar a isso o ter que tratar só de 2 filhos, de uma casa, de enfrentar dificuldades financeiras decorrentes da nova situação, enfrentar a oposição da família, a qual nunca me apoiou (pelo contrário)...é fácil fraquejar e entrar em queda livre a qualquer momento... Tive um casamento bom, tive uma família completa, um porto de abrigo bom e sinto muita nostalgia desse tempo em que tudo era simples e em que pensei que iria ser feliz para sempre... (e pronto, já ando choramingosa outra vez...).
Obrigada pela oportunidade de partilhar...só isso já ajuda um pouco...bjs e mt força!
Lua:
Fiquei emocionada.
Aparece e vai falando.
Ajuda imenso.
beijos e a maior das forças!
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