Divorciadas, sim! E depois?

Alguma coisa contra mulheres com filhos, sozinhas no mundo e cheias de coragem?!

segunda-feira, setembro 17, 2007

Resposta

Este texto começou por ser uma resposta a um comentário no post anterior... mas dado o assunto, resolvi colocar em post o que escrevi.

Cara Ana Almeida:
(Invadindo aqui o espaço de comentários da Íssima, não resisto a responder).
Pois pela minha parte considero que é uma questão dificil atendendo ao tempo a que já lá vai, não pk me esqueci mas pk nem me apetece voltar a lembrar.
Mas cá vai...
Não há receitas, nem normas.
Nunca ninguém tem certezas do que realmente quer e da melhor opção numa altura destas.
Apenas afirmo que a ser assim, que seja da maneira mais congruente com o que sentimos, sem pressões do exterior.
Mesmo que seja por mútuo acordo, continuo a dizer que foi a pior fase da minha vida. Quando casamos acreditamos de alguma maneira que é para sempre e nunca ninguém está preparada para a avalanche de emoções tão severas que esta fase causa.
Quando há filhos é tudo muito mais complicado... a respnsabilidade com que ficamos é muitíssimo mais pesada.
Do que me lembro (parece que fiz blackout em relação a muitos momentos...) acho que, não fazendo grandes coisas, me fui sempre defendendo de maior sofrimento:

Firmeza, no sentido de não permitir que os outros decidam por nós.
Fugir ao stress procurando sítios que nos tragam alguma calma e serenidade.
Não permitir que as decisões tenham apenas por base a emoção (Já dizia o outro que as decisões de hoje vão ter repercussões daqui a 5 anos).
Ficar concha se tivesse de ser, sem permanecer ad eternum.
Não me parece que faça sentido assumir nem papel de vítima nem de culpado, mas na realidade o de vítima trás outras vantagens, por isso, graças que foram eles a atirar a 1ª pedra.

Dos meus AMIGOS o que eu sempre quis foi espaço para ouvirem o meu lado emocional, aquele que é mais doloroso, aquele que nos faz gritar de dor, de angústia, de arrependimento por nos termos envolvido com tão canalha pessoa, aquele que é tão difícil de suportar sozinha...
Com eles eu chorei de baba e ranho, acusei e assumi falhas, fui eu própria sem quaisquer máscaras ou defesas.
A eles pedi socorro quando estava a sentir-me no limite com a loucura.
Neles encontrei colo, mimo, apoio incondicional, perdão, firmeza, incentivo, sorriso de esperança.
E quando saia de casa de cada um deles, estava pronta para enfrentar mais uns quantos conhecidos que apenas queriam matar a sua curiosidade ou a família que por vergonha acabaria por me condenar, pelo silêncio.

Acho que já deves ter a resposta que procuras... não sei é se a coloquei da forma mais correcta no sentido de validar o sofrimento e o desespero, mas também o apoio incondicional e o renascimento da vontade de viver construindo projectos do nada.

12 Comments:

At 4:56 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Boas, Sou a Mónica e visito vos com alguma regularidade. Hoje ao " cuscar" o vosso blog mais uma vez, encontro algumas respostas de que procurava! Inicei agora o processo de divorcio por mutuo acordo, ( e nao ha filhos), mas por mais que se queria iniciar uma vida nova, as memorias da vida vivida veem à mente, as incertezas se realmente o melhor sera separar as nossas vidas, para sempre! O cortar relaçoes com a familia, o fechar a porta de uma casa, minha, construida por mim, para nao voltar mais! A falta de coragem para virar esta pagina!

Mónica
alvesmm@gmail.com

 
At 5:51 da tarde, Blogger Unknown said...

ja somos duas monica.....tb tenho visto o vosso blog com alguma regularidade....

rute
riqgmarques@gmail.com

 
At 9:19 da manhã, Anonymous Anónimo said...

A verdade é que o divorcio, seja quem for que o quer, sejam quais forem os motivos, tem SEMPRE um luto de dois anos, segundo dizem os entendidos.

E há que deixar passar esses dois anos...

Os meus - dois anos - já estão quase.... e até sinto um arrepiozinho de prazer só de ver que já estão quase ehehe

rosário

 
At 9:22 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Ah! Começo sim é a entrar na outra fase: que fazer à vida? (emocional, é claro!)

Mais relações, com maior ou menos compromisso, não quero, tenho medo delas, não as acredito.

Amigos coloridos? Naaaa..... também não é isso.... é árido, deserto, não tras conforto à alma, nem ao corpo além do momento, quando se consegue o momento.

Ficar só. Sim, juro que seria a escolha que faria.... se conseguisse!

E entro de novo no circulo vicioso:
Mais relações, com maior ou menos compromisso, não quero, tenho medo delas, não as acredito....
rosario

 
At 9:23 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Sinto tanta falta deste sitio de conversa aqui das meninas!

Sabe sempre tão bem passar por cá....

rosario

 
At 9:23 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Sinto tanta falta deste sitio de conversa aqui das meninas!

Sabe sempre tão bem passar por cá....

rosario

 
At 10:49 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Op's.. e já agora, sou só eu, ou vocês também dão conta que as vossas amigas, em maioria, andam a sustentar - económicamente e em trabalhos prestados - os novos companheiros que têm,

Que o fazem - o sustentar os gajos, digamos, o mantê-los! - que o fazem de forma muito discreta, quase às escondidas

E ainda a convencê-los a aceitar e elas a pedir-lhes desculpa por estarem a fazê-lo, a sustentá-los!

Sou só eu que dou conta, ou é de facto uma situação que se está ageneralizar????

rosario

 
At 5:26 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Olá
Queria agradecer a resposta ao meu comentário e desejar felcicdades a todos os intervenientes.
Caso volte a precisar da vossa ajuda espero poder conar convosco mais uma vez!
Obrigada
Ana Almeida

 
At 5:28 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Ups
Peço desculpa...Espero poder CONTAR convosco mais uma vez! A língua portuguesa é MESMO traiçoeira...
Ana A.

 
At 9:35 da tarde, Blogger DIV de divertida said...

Mónica e Etur:
Lamento pelo momento...
Tenho dito muitas vezes que não sou a pessoa indicada para a conselhar nesta área, já que quando não estou bem e em congruência comigo e com os outros, mudo-me. No entanto sei que (quase) tudo acaba por passar ou por ter menor sabor a amargo.
Se conseguirem mantenham-se. Se não, vão em frente. Vamos sempre buscar forças não sei bem onde... mas vamos.

Rosário:
Ena! A menina está mesmo com fome de conversa! ehehe
Essa cena dos 2 anos é mesmo assim, se bem que pode algumas vezes ultrapassar esse timming...
Fala a voz de várias experiências...
Sobre as novas relações... pois haveria muito para se dizer. Depende de cada um(a). Cá por mim tb tou na tua onde. Gajos, nem vê-los, mas sabes... às vezes custa estar sozinha durante muito tempo sem um mimo ou um colinho para os dias mais tristes.
Relação ideal: com fidelidade, mas sem compromisso de casar e cada um a viver na sua cidade, de prefer~encia a distar os km suficintes para não ser fácil aproveitar mais do que o fim de semana.
Estou a ser fria e calculista?! Se calhar... mas não estou disponivel para sofrer mais de coisas do coração.

Ana Almeida:
Dispõe. Espero ter conseguido ajudar.

 
At 11:50 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Olá,
Tb visito este espaço regularmente. Para mim funciona como uma terapia de apoio de mulheres que passaram por uma experiência que, mesmo quando é de mútuo acordo, é sempre traumatizante. No meu caso, acabei de completar 3 anos de divórcio e o meu ciclo negativo ainda não passou... É muito difícil fazer o luto, virar a página e recomeçar a vida sem sequelas... Psicologicamente, já passei por 2 depressões profundas, e se juntar a isso o ter que tratar só de 2 filhos, de uma casa, de enfrentar dificuldades financeiras decorrentes da nova situação, enfrentar a oposição da família, a qual nunca me apoiou (pelo contrário)...é fácil fraquejar e entrar em queda livre a qualquer momento... Tive um casamento bom, tive uma família completa, um porto de abrigo bom e sinto muita nostalgia desse tempo em que tudo era simples e em que pensei que iria ser feliz para sempre... (e pronto, já ando choramingosa outra vez...).
Obrigada pela oportunidade de partilhar...só isso já ajuda um pouco...bjs e mt força!

 
At 11:33 da tarde, Blogger DIV de divertida said...

Lua:
Fiquei emocionada.
Aparece e vai falando.
Ajuda imenso.
beijos e a maior das forças!

 

Enviar um comentário

<< Home