Divorciadas, sim! E depois?

Alguma coisa contra mulheres com filhos, sozinhas no mundo e cheias de coragem?!

sábado, agosto 19, 2006

Para a Patrícia (q comentou no post anterior)

(Ou para todas as patrícias que nos visitam)
Sem querer fazer deste post uma resposta ao correio emocional, aqui vai.
Não tens de pedir desculpa, "invade-nos" sempre que quiseres ou precisares, seja pra desabafar, gritar, brincar, ou mandar um murro na mesa.
Bem sei o que estás a passar.
Já passei por isso 2 vezes, mas só tenho uma filha e acredita que com filhos é tudo muito pior: passamos momentos de grande solidão e impotência, de desespero pelas birras dos miúdos, de falta de tempo, de falta de espaço para respirar, de desespero, de cansaço, enfim...
A cena mais angustiante, que tive depois da separação do pai da minha Kika, aconteceu quando umas semanas depois de ele ter ido embora fui a uma loja e decidi experimentar uma camisola. Levava a Kika no carrinho. Ele não cabia no vestiário e eu não a podia deixar do lado de fora, claro. Experimentei o dito farrapo, esfarrapada por dentro e com uma vontade imensa de chorar, com a porta do provador meio aberta.
Tamanha sensação de solidão...
Naquela altura era eu e ela no mundo. Tinha deixado de haver alguém que a segurava enquanto eu precisava de fazer alguma coisa (e isto significa ir ao super mercado, ir ao médico, ir à depilação, ir aos correios...). Só quem passa por esta situação consegue perceber o desespero de estar sozinha.
Mas também sei que não trocaria esta vida com dias angustiantes pela presença do pai dela cá em casa.
Tudo tem um preço.
Por isso e muito mais, tem calma.
Percebe se ainda há alguma coisa que possas fazer pela vossa relação de forma a que um dia não te arrependas pelo que não chegaste a fazer.
Dá um tempo.
Afasta-te e percebe como te sentes. Pondera a razão e a emoção.
Muitas vezes a saturação leva-nos a tomar decisões que trazem consequências pesadas para toda a nossa vida.
Se ainda assim te quiseres separar ou divorciar então vai em frente. Isto não é fácil, mas é possível.
Ainda vais conseguir sorrir e rir, tagarelar e cuscar, ler com prazer, beber um copos com amigos.
Um beijo grande. Fico a torcer por ti, para que decidas com sensatez.

13 Comments:

At 11:27 da tarde, Blogger Maria said...

Para a Patrícia: A pior solidão é a passada ao lado de alguém. Beijocas

 
At 3:31 da manhã, Blogger Lígia said...

Tudo tem um preço... é verdade, mas às vezwes mais vale pagar a pronto do que às prestações. Beijocas

 
At 12:54 da tarde, Blogger Anne Marie said...

Olá!
Mais uma vez, palavras sábias! Para a Patrícia ou para qualquer pessoa a viver esta situação... é sempre difícil tomar decisões. A de perspectiva da mudança deixa-nos aterrorizadas... mas a vida é para ser vivida da melhor forma que se conseguir, não a desperdiçando com dias apáticos de tristeza e aproveitando o que há de bom!
Eu acho que as relações que valem a pena têm de ser trabalhadas, mas se nos apercebemos que já não nos trazem prazer, nos deixam sempre tristes e nada que se faça pode alterar o cenário, então é melhor avançarmos para outro capítulo. Sem remorosos e culpa (isto é fácil de escrever...)... mas é mesmo importante reflectir bem sobre a situação... e falar com amigos ou com alguém de fora e também, claro, com a pessoa que está connosco...
Há momentos horríveis, de solidão, desespero (mesmo acreditando que é a melhor decisão), muitos sentimentos paradoxais... mas depois a tempestade emocional começa a acalmar... vem a redescoberta... e de novo o prazer de viver! (só ou acompanhada)...
O que quero dizer (e eu geralmente até sou objectiva!...) é que é importante questionar a insatisfação porque a vida é curta demais para a vivermos a meio gás e sem energia!
Um beijo para todos/as!

 
At 2:31 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Fiquei emocionada com as vossas palavras, desde já obrigada.
Eu não queria usar este espaço como correio sentimental, mas é mais fácil desabafar com alguém que já passou pelo mesmo e que não conhecemos pessoalmente.
Admiro a forma como escrevem e como amam os vossos filhos e a vocês próprias acima de tudo.

Toda a minha família diz para não desistir do casamento, que tenho uma vida boa com tudo.

Mas o que é que é tudo? Quando o nosso marido levanta-se a um domingo de manhã, e enfia-se no sofá a ver televisão, a miúda a berrar que quer atenção, aqui eu, a fazer sopa para a bebé, a arrumar a casa, a estender roupa e ele diz que está cansado?!

Que também ajuda? em quê?

Para tomar conta da filha, tenho de estar sempre a pedir!! Estou farta, mas é dificil mudar toda uma vida ainda por cima com um bebé com menos de um ano!!

Com essa de experimentar roupa, já vivi essa situação muitas vezes, porque qundo vou comprar roupa vou sempre com a miuda, sozinhas.
Ele nunca quer ir, prefere ficar no sofá.

Beijinhos e obrigada pela força, eu sei que tenho de mudar

 
At 2:45 da tarde, Blogger Grilinha said...

Para a Patrícia (Desculpa DIV de divertida), mas não o resisto em dizer-lhe directamente:

Decida-se, Aja e Enfrente as consequências, porque nada de bom se faz neste mundo vacilando.

Eu não sou um exemplo como os anteriores...que seguiram a vida sózinhas...não quer dizer que não possa acontecer um dia. Mas não há razões para isso. Por isso , porque sinto que sou feliz no meu casamento tenho segurança para lhe dizer:

- Não esteja com quem não a faz feliz e é egoísta. É tão bom estar com a pessoa certa...ou então é melhor estar connosco.

E a propósito das compras...já me aconteceu...também...mas não ando sempre acorrentada ao meu marido e gosto de ir às compras sem ele....ando mais à vontade. Gosto de fazer muitas coisas sózinhas. É mais confortável quando é por opção...mas depende como queremos ver as coisas. Desejo-lhes as maiores felicidades e a Aqui à Minha DIV de Divertida TB....Se quiseres ir às compras, apita que vamos juntas...eh.eh...Beijocas

 
At 2:56 da tarde, Blogger DIV de divertida said...

Patrícia:
Compreendo-te tão bem... mas tão bem...
Ao ler-te relembro a minha fase de saturação. Era demasiado grandiosa.
O pai da minha filha enfiava-se a ver tv e jogar playstation. Só fazia alguma coisa cutucado.
Não te castigues (se é que me consigo fazer entender): tira umas horas para ti e deixa a bebé com ele. Saberá tomar conta dela e passará a perceber como é difícil para ti fazer das tripas coração para que ela esteja bem e serena, cuidada e nutrida.
Nós não somos super mulheres para carregar com tudo, mesmo com os filhos 24h/dia.
Agora estou de férias de filha (embora cheeeiia de saudades) e nem imaginas como me está a saber bem. Já tenho dito várias vezes que estou sozinha numa cidade inóspita a 200 km de todas as possíveis redes de suporte e é muito difícil...
Mas é um dia de cada vez. Se ainda assim for complicado, tenta 1h de cada vez.
Procura ajuda de um terapeuta para te encontrares e sentires que estás a fazer algum trabalho por ti e para ti (os outros acabam por beneficiar disso, inclusivé a tua filha). Se tu não estiveres bem, mais niguém estará à tua volta.
Beijo grande e um xi do tamanho do mundo.

 
At 3:00 da tarde, Blogger DIV de divertida said...

Grilinha:
Sim, tudo tem outra piada qd é por opção... caso contário parece que carregamos uma montanha. E que pesada montanha... Espero que nunca faças ideia.
Compras? Buga! Para nós ladys é sempre um momento de grande descontracção, acompanhadas por "gajas" então é a loucura total! Uuii!!!!

 
At 4:44 da tarde, Blogger OFyT said...

...dificil decisao...acima de tudo procure valorizar-se e encontrar forças.Pudemos sofrer 1m grande abalo...mas o tempo é sábio e cura tudo, a seu devido tempo!!!Esperança e sem nunca perder o sorriso por + q teimem em cair 1as lagrimas:-)Keep on Smilling & Be Happy!!!
Bjufas, Olga

 
At 11:48 da tarde, Blogger Spitfire said...

Bem... sendo ele assim... pondera e age! Se vires que "tem de ser" que seja!

 
At 1:02 da manhã, Blogger Nelson said...

a expressão "papel tradicional da mulher" serve de alibi para tanta coisa, não serve?

Força aí patrícia. Não vou dar mais conselhos que já tens os suficientes e de gente mais habilitada que eu. Mas, força! E um beijinho grande.

 
At 10:54 da manhã, Blogger Lígia said...

acho que tudo o que possamos dizer nunca vai ter em ti o efeito desejado, todos temos uma maneira diferente de resolver os problemas. O teu "emplastro" não faz um corno... o meu "embroglio" até faz as coisas cá em casa, limpa, aspira, arruma... eh mulher com sorte! pensas tu. Nahhhh, trocava todas as merdinhas que ele faz em casa por um pouco de responsabilidade em coisas serias, como dinheiros, escola dos miudos, médicos. Eu posso nao ter que me lembrar de aspirar mas tudo o resto cai nas minhas costas. Como o meu avô diria "Só quem mora no convento sabe o que lá vai dentro".
Sê tu própria, mas eu sei que a decisão é dificil... tou em cima do muro há tempo de mais. beijocas

 
At 11:09 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Olá. Leio o blog há algum tempo mas é a primeira vez que comento.
Depois de ter o meu primeiro filho lembro que senti algum insegurança e questionei o meu casamento. Deixei de trabalhar e estava sempre com o bebé. Nao recebia carinhos do meu marido nem saia com ele como antes. Ter um filho muda tudo as responsabilidades aumentam. Antes de ser mãe já era eu que tratava de quase tudo em casa por opção como diz a Div. Quando fui mãe o trabalho aumentou e andava muito sensível. O que quero dizer é que a Patrícia pode estar a passar pelo mesmo que eu passei, ou que muitas mães passam depois duma primeira gravidez. Não sei se é a isto que chamam depressão pós parto. Eu ultrapassei a minha e estou muito feliz com os meus filhos e marido.

 
At 11:36 da manhã, Blogger Ana V. said...

Como vos compreendo, também eu tenho um emplastro em casa, todo o fim de semana entre o sofá, e a net, com a ajuda dos papás que agora se anunciam por escrito (vide carta no blog)

 

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