Divorciadas, sim! E depois?

Alguma coisa contra mulheres com filhos, sozinhas no mundo e cheias de coragem?!

sexta-feira, março 31, 2006

Sou mesmo muito parva!!

Ontem estive toda a tarde em reunião. O P. ligou-me quatro ou cinco vezes para falarmos. Obviamente não pude atender. Liguei-lhe de volta mal pude e, por cordialidade e até - porque não? - alguma amizade, pedi desculpa por não ter atendido explicando-lhe que tinah estado toda a tarde em reunião.
Com uma voz meio trocista meio de indiferente disse-me "Calma, não estamos casados, não precisas de te justificar tanto!"

Ele tem razão, claro... quem me manda a mim armar-me em parva e ser simpática??

quarta-feira, março 29, 2006

História de Um Casamento Que Terminou Em Divórcio

Era uma vez uma rapariga cheia de sonhos e de planos. Queria muito viver o conto de fadas de que ouvira falar durante toda a sua infância e, aterrada com a possibilidade de ficar sozinha, para tia, um dia decidiu casar. Casou com o único homem que, até aí, a tinha verdadeiramente estimado. Não sabia ela, coitada, que a estima em tudo é diferente do amor. Ela estimava-o, também. E amava a forma como julgava que ele a amava. Mas ele era miúdo, mais novo, mais imaturo, e apesar de toda a boa vontade que mostrava ter, não estava à altura da sensibilidade ou da maturidade dela. Ela investiu muito de si naquele casamento. Aturou coisas complicadas e feias à família dele (que era, por si só, complicada e muito feia).
Um dia engravidou. Por acaso. sem querer. O terror abateu-se sobre ela porque talvez ela soubesse, no mais profundo de si mesma, que aquele casamento não seria muito mais duradouro. Chorou muito. De culpa, de frustração, de responsabilidade acumulada nos ombros. Sentia-se muito filha, estava certa que não seria uma boa mãe. Este sentimento perseguia-a. E ele não soube apoiá-la.
Começaram as discussões, os desencantos. Ela sentia-se desfalcada de afectos e de cumplicidades, ele nunca estava em casa para ela. Dizia que estava a trabalhar. Nunca ficou provado...
Quando a bebé nasceu as coisas pioraram. Ela fez uma depressão pós parto bastante grave. Mais uma vez ele não soube apoiá-la. Não tinha paciência para tantas lágrimas. E afastava-se cada dia mais e mais.
No dia 18 de maio de 2004 decidiu sair de casa. Disse-lhe que tinha deixado de a amar. Que, das últimas vezes que lhe tinha dito "amo-te" tinha sido por pena. Por pena. Porque achava que ela precisava de ouvir alguma coisa do género. Mas que não, não era sentido. Há muito tempo que deixara de o sentir.

Veio o escuro e a tristeza e a tempestade. Vieram os muitos dias em que ela se sentiu perdida, amargurada, infeliz. Houve um dia em que pensou terminar todas as coisas. Mas tinha ali um bebé pequenino que exigia a atenção dela, que não a deixava desistir... Uma âncora, um peso, uma vida que a segurava à vida... para o bem e para o mal.


O que aconteceu depois? O resto da história fica para mais tarde...
Agora vou ali enxaguar as lágrimas que estas coisas que se recordam assim, a frio, ainda doem.
E algo me diz que hão-de doer sempre...

O Passivo Agressivo

Amigas, quando conhecerem algum homem calminho, dócil, que não questiona, que faz tudo para vos fazer felizes, que se esquece dos seus gostos em prol dos vossos, que até muda o modo de vestir, que se adapta a tudo o que é vosso deixando (aparentemente) de lado todo o seu legado de anos, CUIDADO! TRATA-SE DE UM PASSIVO AGRESSIVO!!!
Estes são os homens dos quais temos de nos defender.
Era muito bom que eles fossem mesmo reais quando são bonzinhos e românticos!
Mas isso NÃO EXISTE! No fundo serão sempre uns lobos disfarçados de cordeiros.
Quando a relação acaba tornam-se influenciáveis (contra nós claro…) até pela velhota do prédio do lado que já sofre de doença mnésica há 500 mil anos.
Andam anos sem tomar decisões, alegando que confiam em nós e nas nossas escolhas. Tudo mentira! Eles não querem é ter trabalho e sabem que o ideal é mostrarem que fazem sempre a nossa vontade.
São comodistas, não questionam nada, não fazem confusão mesmo que achem que a situação merecia. Cínicos!
E nós vamos embarcando… ainda queremos acreditar no amor.
De repente metem-nos processos em tribunal por causa dos filhos mesmo tendo combinado processo de mútuo acordo; vão minando a nossa família com telefonemas meigos e inocentes; pintam o quadro sempre diferente das conversas que vão tendo connosco; aproveitam-se da nossa boa vontade para usufruírem o quanto podem , mas… no entretanto… lá vão construindo os seus processos de destruição massiva da nossa singela pessoa.
São finalmente mentirosos, mafiosos, desenrascados com processos menos leais, agressivos – a sua essência!
Ai que raiva ter de aturar isto como se nada fosse quando a vontade é montar igualmente um processo de destruição sem dó nem piedade!!!
Mas… pelos filhos vamos engolindo sapos… sem que nos passe a raiva.
E tudo isto porque eles não são capazes de entender que nos perderam…

O problema é quando há filhos…

Congratulei-me milhares de vezes de não ter tido filhos no âmbito do casamento que deu em divórcio.
Quero acreditar na família nuclear tradicional.
Faz-me sentido que os filhos cresçam com ambos os pais, que estes conversem sobre a sintonia do acto educacional.
Mas, azar dos azares, a relação com a qual decidi abandonar o lado racional e ter uma filha, também acabou.
Karma?
Há quem diga que sim. Eu cá não sei.
Ou seja, afinal sempre acabei divorciada e com uma filha… confesso que antes da relação terminar ainda pensei sustentá-la por causa da minha filha. Ainda bem que não o fiz.

Critério de divórcio:

Bom… divórcio, divórcio só tive um fruto da primeira elação séria (também só me enganam uma vez!) mas as outras que se seguiram foram muito mais importantes. Por isso serei divorciada 1 ou 3 vezes? Isto conta pra curriculum?
A fase final de uma relação é sempre muito dolorosa e desgastante.
O fim é sempre penoso.
Mas o acordar no dia seguinte vem acompanhado de uma paz e serenidade inigualáveis. É um soltar amarras.

DIV de divertida

Após um bendito divórcio em que todos estão tristes pelo sucedido excepto nós, aconteceu-me uma cena insólita.
Numa repartição pública perguntaram-me o estado civil (como se isso fosse importante para o que quer que seja) e eu, com um sorriso de orelha a orelha, respondi “Divertida!” ao mesmo tempo que mostrava o B.I. “DIV de divertida!”
Não sei bem o que terá pensado o senhor mas era mesmo assim que me sentia. Divertida por ter soltado amarras.
É certo que quando casamos nunca é para nos divorciarmos. O divórcio representa a transformação de sonhos e objectivos em castelos de areia, implica deixar de acreditar no amor. E isso dói… a sério que dói..
Chegar ao ponto de brincar com o estado civil é fruto de muitas horas de sono e solidão.
Quando olho para trás penso “Tão novinha e sonhadora… naif… A acreditar no amor eterno e numa vida funcional… naif…”
Depois… ser trocada por uma amiga ligada a ideais fundamentalmente católicos, também não é bonito, não senhora. Mas ainda assim, mais tarde, o soltar amarras compensa e aí passamos a olhar a vida como uma conquista e sempre, sempre com um sorriso. Pelo menos até ao próximo desgosto de amor…

Terapia de grupo

No outro dia estava a falar com a DIVertida e surgiu esta ideia: será que há terapias de grupo para mulheres divorciadas? Afinal não é nada fácil e nesta sociedade tão virada para as "psico" seria, talvez, importante criar um espaço onde se pudesse chorar, gritar, dizer enormidades, sem culpas nem dramas.
Este blog surge, exactamente, para exorcizar uma data de coisas importantes para cada uma de nós. Aqui vamos gritar com os filhos, com os ex maridos, as ex sogras, os ex sonhos, as ex vidas, enfim, o que quer que seja que nos passe pela tola.
Este espaço é para usar e para ser usado.

terça-feira, março 28, 2006

Olá, olá!!

Chegámos!!!

Vamos arrasar!